APLICAR O SABER NA LEITURA BÍBLICA POSSIBILITA OUVIR A MENSAGEM MAIS MARAVILHOSA DO UNIVERSO – Jeremias 14:22
Àqueles que foram ensinados a ler a Bíblia, foi dito que deveriam ler repetindo os conceitos antigos por mais antiquados que parecessem. Assim, se existisse algum texto que não combinasse com o conhecimento atual, deveria ficar com os conceitos antigos e ignorar as discrepâncias entre o saber e o texto.
Chegando a afirmar que o saber “moderno mundano”, seria uma armadilha do inimigo para desviar da fé, pois o medo de perder a fé era tão grande, que não havia o incentivo para os estudos. Podemos ousar em afirmar que os estudiosos acusados de incrédulos, necessariamente não se desviaram de Deus, mas afastaram-se do antiquário religioso, pois perceberam as incoerências de uma teologia hermética.
No máximo, ao estudante da Bíblia seria permitido afirmar que o que estava escrito, não se tratava daquilo que estava escrito, mas de uma aparente contradição.
Por mais louco que pareça, fórmulas extraordinárias explicavam que apesar do autor registrar alguma coisa, não deveria se ler o que ele escreveu, mas sim o que a tradição mandava ler.
Assim, todas as vezes que encontrássemos na Bíblia que Deus se arrependeu, jamais deveria afirmar que ele voltara atrás.
Sendo a Bíblia a palavra de Deus e uma pessoa não religiosa a lê pela primeira vez, logo em suas primeiras páginas terá certeza de que Deus mudou.
Mas como o dogmatismo religioso não permite fazer esta afirmação, pois tudo o que discorda dele é marginalizado à heresia, me pergunto se quem fala a verdade é a interpretação ou a Bíblia?
Se temos a Bíblia como palavra de Deus inspirada, somente uma que tenha comentários, comunica a voz de Deus?
A verdade é a Bíblia como está escrita ou as notas de rodapé?
Não estamos desconsiderando a ciência da interpretação Bíblica. Sabemos do valor da tradição, da teologia histórica, mas queiramos aprender a ler a Bíblia.
Não olhe para o texto e veja sempre as mesmas coisas que a religião manda ver e nem tampouco se iluda com as incoerências entre o que ler e o que crê. Entre saber e texto.
Em diversos lugares da Bíblia nos incomoda ver que está escrito algo, porém conflitando com os conceitos herdados, não deveríamos considerar o que o texto diz, mas tentar encontrar alguma coisa que possibilitasse mexer no texto e justificar o desatino.
Por exemplo em Jeremias 14:22 tem uma pergunta com uma resposta do profeta:
- “Podem os céus, por si mesmos, produzir chuvas copiosas? Somente tu o podes, SENHOR, nosso Deus!”.
O que um meteorologista diria deste texto?
Que a Bíblia se engana, que o profeta mentiu ou ignorava leis da natureza ou que os crentes são ignorantes em acreditar em um livro assim?
Para validar a fé dentro dos conceitos antigos, tal qual um bom número de crentes, ao ler este texto eu precisaria ignorar o conhecimento científico e negar eventos naturais.
Necessitaria continuar afirmando como um primitivo homem das cavernas, que as chuvas são produzidas e manipuladas pelas divindades.
Nesta compreensão, para fazer Deus favorável, minhas orações me tornaria em um índio batendo seus tambores na dança da chuva, reduzindo Deus em uma divindade como Tupã. Se necessitasse de uma intervenção heróica, ao orar me tornaria um guerreiro primitivo nórdico, tornando Deus semelhante ao Thor.
Quantas horas gastas em orações para alterar a natureza!
Como se não bastasse, todo o prejuízo causado ao planeta pela manipulação do meio-ambiente para o bem individual, ainda estaria considerando a possibilidade de Deus ajudar. Como um fanático beato insistiria com Deus para fazer sol em minhas praias e festas, chover nas minhas hortas e lançar tempestades contra meus desafetos.
De qualquer maneira Thomas Alva Edson, Evangelista Torricelli, Daniel Gabriel Fahrenheit, Galileu Galilei, Santorio de Santorio e outros, nos levaram a constatar que não há divindades manipulando as chuvas, mas estas ocorrem naturalmente e dentro de uma determinada lógica, por isso previsíveis, manipuláveis e atingem indistintamente a todos.
Talvez, você que lê este texto esteja se retorcendo, trazendo em sua mente diversas experiências com chuvas ou quem sabe, textos bíblicos para comprovar que estou errado. Não o julgo, pois é exatamente este o grande problema. Repetir sem refletir.
Lembremo-nos de quando a AIDS chegou ao patamar de epidemia, diversos crentes com a Bíblia em mão, aberta em Romanos 1 diziam ser castigo divino?
Hoje, com o vírus codificado, suas múltiplas ações catalogadas, ninguém precisa ir a uma igreja evangélica e nem ter fé para interromper com o castigo divino, basta tomar um coquetel famacológico e todo o efeito drástico do castigo é revertido. Dentro de pouco tempo, com a vacina em mãos, o que dizer dos profetas de Romanos 1?
Quantas pestes acometeram a população na história e pregadores relegando ao castigo divino através de textos Bíblicos adaptados, e hoje este “castigo” radicalmente eliminado por uma vacina?
Estaria Deus ficando sem saída diante do conhecimento humano?
Ou o seu poder ameaçado pela tecnologia?
Não queira mais ler a Bíblia obrigando-a a falar, mas que ela comunique o que deseja transmitir. Não queira apenas ler um texto, deseje ardentemente ouvir uma voz. Porque a Bíblia, além de um livro para ser lido, é uma mensagem a ser ouvida.
Compreendamos a Bíblia como a Palavra de Deus, escrita em linguagem humana. Uma peça literária extraordinária, que lida dentro de seu próprio contexto e compreendido o nível de conhecimento e cultura de seus escritores, nos dará a voz de Deus clara e audível para hoje. A Bíblia não contraria o saber, mas este aplicado à leitura possibilita ouvir a mensagem mais maravilhosa do universo!
O que dizer do profeta?
Um homem cheio de fé que entregou inteiramente sua vida a Deus e com o pouco que seu meio possibilitava saber sobre o mundo, transcendeu em muito o seu próprio mundo ao reconhecer que há um só Deus e Senhor, Criador de céus e terra.
“assunto da koinonia Betesda de Embú das artes”