
Carrego as marcas da vida que o tempo gastou, e mesmo assim tornei-me sobrevivente no meio de uma geração que não percebe o que viver de verdade,que não da valor pras pequenas coisas.
Minhas rugas já são bem visíveis a todos,meu corpo cansado pelo tempo faz o dia ficar mais exaustivo Por isso tive que disciplinar meus horários e mudar minha rotina,tenho horários pra dormir,minha alimentação e bem seletiva e aos sábados corro pelo menos uma hora e meia pra estar sempre em forma.
Corro ! por que é um meio que encontrei pra me desligar do mundo e está a sós com meu Deus.quando corro ! procuro meditar sobre toda minha existência e criar meus textos inspirados pelo meu coração.
São coisas aparentemente simples mais que contem um valor inestimável,resignifiquei minha vida depois de ter vivido um tempo lambendo minhas próprias feridas devido a perda da visão de um dos meus olhos,foi um tempo de escuridão da minha alma,tempo em que me escondi em tocas e alguma vezes debaixo dos escombros da minha miséria existencial e nesse período foi trabalhado em mim algumas questões que ajudaram-me a encontrar a vida a enxergar não com os olhos físicos mas com o coração, a encontrar beleza em gestos.
Carrego pequenos lampejos da saudade que foram adquiridos com a convivência de pessoas que me marcaram para sempre como exemplo do Wilson que se eternizou no meu interior e me inspirou com sua mansidão por que foi através dele, que pude vê um pouco do mestre.
Arquivei na minha memória gestos de doçura e singeleza,joguei na lata do lixo, rixas,intrigas,tudo aquilo que não serve pra vida.
Joguei no abismo tudo que não contribui com minha humanidade e formatei meus conceitos pra ter um existência empolgante.
Autor: Francisco Nascimento