As nuvens estão meio secas hoje, parecem algodão quente pelo sol com aparência de almofada fofa, que pena que não há possibilidade de deitar minha cabeça doída sobre elas,o mais próximo que consigo chegar só pode ser com minha visão ou em sonho desvairado atormentado pelos fantasmas da escuridão que tenta me puxar para baixo.
Encosto minha cabeça para o lado e num declínio ameaçador causado pelo suor do corpo cansado pelo sol causticante daquele inicio de tarde de novembro de 2010 navego com pensamentos sem controle por todos os lados, perambulo sem medos apenas cansado repito...
Ainda pareço estranho para mim mesmo silenciando-me e encolhendo-me no meu canto caloroso isolo-me para desfrutar desse momento único,onde revejo meu rosto desconhecido e nesse isolamento passageiro.
Descubro que não sou mais o mesmo naquela tarde,e não é enfadado que descubro isso, é com o coração saltitante de alegria que atravesso aquela esquina da minha vida.
Cruzei e descobri que ainda há muito o que fazer,o mais simples e obvio seria juntar as correntes as cordas e guardá-las num lugar onde ninguém as possa encontrar.
Não por medos de descobertas, mas por um temor de destruição de outrem que possa algum dia passar por mim num sentido contrario se deparando com esses itens que predem no mais obscuro dos sentimentos, O medo.
Quando levantei a cabeça novamente notei, que o calor continuava ainda mais quente só que agora era uma quentura diferente com a sensação de frescor.As nuvens agora pareciam úmidas não secas como anteriormente percebi que agora seria capaz de continuar sem medos nem traumas a visão ainda embaçada pela claridade do sol não estava mais sendo prejudicial para encontrar o caminho certo.
Essa descoberta, só quem pode fazer sou eu mesmo um mero viajante que se aventura a querer encontrar sempre o caminho certo não aos olhos dos outros ao meus próprios olhos.
Que me guiam para eternidade.
“Autor:Francisco Nascimento”