Carreguei por muito tempo o peso de não ter tido a figura paterna ao meu lado a figura masculina, e com isso sofri com a falta de proteção no lar que me fez ser uma criança que teve que se virar sozinho, ainda muito cedo.
Na minha adolescência tive tantas incerteza! Sofri com a perda do meu amigo Fernando que falecera ainda garoto devido a um câncer intestinal.
Ele que era meu companheiro nos jogos de bola quando brincávamos nas rua daquela cidadezinha descalços, que nem notávamos as bolhas que se faziam presente nos nossos pés devido ao sol causticante no sertão do Piauí.
Carreguei por muito tempo a solidão por não aceitar a sina de ser um filho unigênito pois sempre tive o desejo de ter uma Irma uma pessoa que tivesse crescido comigo que tivesse me ajudado a ser mais flexível nos meus relacionamentos principalmente no ambiente familiar.
Nessa mesma adolescência sofri muito com um complexo de inferioridade provocado pela perda de um dos meus olhos pois hoje só tenho a visão de um, isso me fez viver por muito tempo em correnteza que levaram-me a desilusões, vaguei por baixo de pontes, ponte da minha existência pois era lá que tentava esconder minha vergonha e com o passar dos anos percebi que minha vergonha, minha inferioridade não era algo que estava fora, mas dentro mim, precisava urgentemente encarar a realidade e aceitar as coisas como elas de verdadeiramente são.
Por muito fui um andarilho solitário que vagueava por caminhos esquisitos em busca de algo desconhecido e hoje cheguei em uma avenida que quando levanto o rosto percebo,uma distancia que me faz perguntar, será que ainda conseguirei nessa caminhada ? Com o coração roto pelas cascas da vida, percebo que mais importante do quê largar na maratona da nossa existência é concluir a linha de chagada.E vou além ! que mais importante que chegar, é como chegamos, a maneira como cruzamos essa linha se com o coração roto ? ou com o coração cansado ? mas cheio de vida.
Autor "Francisco Nascimento"